O vibrato é um termo musical que se refere à variação intermitente de frequência e altura do som de uma nota musical.
Vem para trazer maior expressão e despertar maior interesse no ouvinte a respeito do som do saxofone, é um ornamento, ou ainda, um efeito, que se utilizado com bom gosto pode realçar ainda mais a beleza de uma melodia.
Como um enfeite o vibrado não pode ser utilizado em demasia, caso contrário poderá transbordar para um lado negativo, o do exagero, o que faz com que a interpretação se torne cansativa e enfadonha.
O mecanismo do vibrato no saxofone é predominantemente feito com um leve movimento intermitente da mandíbula, promovendo uma leve desafinação da nota, e uma posterior afinação, inúmeras vezes, fazendo assim a nota vibrar em certo sentido.
Outra forma de vibrato muito comum é com o diafragma, desta vez não mexendo com a afinação da nota, mas sim com a intensidade do som, o que faz com que, com menos e mais ar, alternando isso rapidamente, tenhamos um som mais forte ou mais fraco, promovendo assim o vibrato.
Uma outra opção ainda seria a utilização das duas técnicas, que são possíveis, como complemento, o vibrato acontecerá da mesma forma. Embora a primeira delas seja a mais utilizada neste instrumento.
Uma forma de vibrar a nota é de forma regular, ou lentamente, ou mais rapidamente, dependendo do gosto do freguês, outra ainda, muito utilizada no Jazz é a de manter a nota por um tempo reta, e depois disso, passar a vibrá-la em acelerado, o que faz com que o som adquira uma pulsação cada vez mais rápida ao vibrar.
O local das músicas onde geralmente utilizamos o vibrato é nas notas longas, e na finalização de frases, quando a nota é posta em conclusão, nesse momento o vibrato realça a possível monotonia de uma nota simplesmente reta.
O vibrato é como sal, como tempero de comida, se utilizado em demasia pode estragar a comida, e se não utilizado, corre o risco de tornar a comida ensossa, é importante ter moderação no que se faz, porém, sabendo sempre que a nota reta também é bela e pode e deve ser usada em muitos momentos em paralelo com o vibrato.
Uma das formas de se adquirir o domínio do vibrato é o produzindo com o saxofone em conjunto com um metrônomo, como por exemplo, numa velocidade de 60 bpm. No sentido de começar mais acentuado e depois ir tornando o vibrato mais e mais sutil, até que possamos, subdividindo o tempo em semínimas, colcheias, tercinas e semicolcheias, adquirir domínio do mesmo.
Acima de tudo o vibrato é como uma digital, uma marca pessoal, que se desenvolve com o tempo, num primeiro instante aprendendo a imitar os grandes mestres consagrados do saxofone, do canto e até mesmo de outros instrumentos, e assim absorvendo esse conhecimento, processá-lo e reproduzi-lo à nossa maneira.
Acima de tudo é preciso ouvir muito o vibrato pra poder reproduzir o vibrato. A imitação sempre será o primeiro passo para a produção de um vibrato de personalidade belo e constituído.
Importante é de se saber que o vibrato é um sentimento, e como um sentimento não obedece muitas regras, não é de bom tom fazer o vibrato a todo o momento dentro da pulsação da música, ou de uma subdivisão dela, quebrar essa pulsação em algum sentido traz mais naturalidade ao efeito.
Todo ornamento vem para embelezar a melodia, mas não deve tomar o lugar dela, pois o que dá sentido à música em si mesma são as frases melódicas nas quais ela é construída. O vibrato tem de ser uma fonte maior de interesse, mas não um astro principal.
Comece a praticar essas técnicas, e depois comente aí embaixo pra que eu saiba se deu certo.
Daniel Vissotto