14 Grandes Saxofonistas da Minha História

Muitos me perguntam quais seriam os grandes saxofonistas de minha história? Aqui neste artigo 14 grandes saxofonistas que me inspiraram a ser o saxofonista que sou.

Certamente sua influência foi decisiva, e contribuiu para que eu pudesse me construir enquanto músico de saxofone.

Daniel Vissotto Saxofonista e suas principais influências
Daniel Vissotto

É importante de se notar que não estou aqui impondo regras e nem dizendo que são os melhores, pelo contrário, estou apenas afirmando que foram importantes pra mim na minha formação como saxofonista.

Aconselho que ouçam o trabalho destes saxofonistas e que procurem, pelo menos, compreender o porquê de eles terem sido tão importantes pra mim em termos de influência.

1. Coleman Hawkins (1904 – 1969)

O primeiro CD que comprei de Coleman Hawkins foi DESAFINADO – COLEMAN HAWKINS PLAYS BOSSA NOVA & JAZZ SAMBA.

Apesar de ouvir este CD com um pouco de estranheza, pois a bossa ali mostrada não era a bossa que eu conhecia, pois havia nela uma influência monstruosa do jazz.

Certamente me encantei com o fraseado de Hawkins, o seu timbre inconfundível, em confluência com seu virtuosismo certamente me elevou a um nível novo na música.

2. Ben Webster (1909 – 1973)

Descobrir Ben Webster foi uma das melhores coisas que aconteceram para mim, infelizmente isso me ocorreu de forma tardia como um dos grandes saxofonistas de minha história.

O solista de Duke Ellington possui uma graça sem igual no seu saxofone, seu som maroto, seu vibrato sutil, sua paciência ao tocar, isso tudo me deu vistas a novas visões na música.

Considero suas interpretações de SOMEWHERE OVER THE RAINBOW umas das mais belas passagens da música ocidental.

Suavidade, simplicidade, insinuação, alegria e muita malandragem, é o que vejo no legado de Ben Webster, alguém que certamente vale a pena ser ouvido.

Cada minuto do lado de Ben Webster em meu fone de ouvido é uma surpresa a mais, um recurso a mais, uma idéia simples e uma solução para meus anseios musicais.

3. Charlie Parker (1920 – 1955)

Apesar de uma vida conturbada, a genialidade de alguém como Charles Christopher Parker e sua influência sobre a história do saxofone em geral não pode ser ignorada.

Confesso que em tudo o que estudei a respeito de Charlie Parker ainda tenho muito a aprender com ele, é quase uma vergonha minha não ter me dedicado mais a este saxofonista.

Charlie para mim soa como algo tão perfeito e natural que confesso sequer compreender como poderia alguém tocar como ele tocava, compôr como ele compunha, e improvisar como ele improvisava.

Seu Bebop é mais do que um estilo, é um desafio, e ele sabia disso, a riqueza frasal que se retira dos solos de Parker é algo de indescritível, e pode sem dúvida ser utilizado para inúmeras situações musicais.

Um visionário, um ser que via estava além de sua época, Bird era um verdadeiro sinal.

4. John Coltrane (1926 – 1967)

Uma de minhas maiores influências no sax tenor. Quando Coltrane tocava simples, ninguém, ninguém no universo encontrava tal grau de singeleza.

A maior participação que vejo de Coltrane em seu legado são as gravações que fez com Johnny Hartman.

Certa vez em São Paulo Capital fui convidado para tocar num enterro de um cidadão cujo sonho era ver as pessoas felizes ao lado de seu caixão ouvindo Jazz.

Nunca vi momento mais belo em minha vida, e o que tocamos ali foi baseado nas baladas do CD de John Coltrane e Johnny Hartman.

Pode parecer estranho mas este foi um dos momentos mais belos de minha vida, ver pessoas sorrindo e chorando ao mesmo tempo, isso foi sem dúvida alguma algo.

5. Stan Getz (1927 – 1991)

Nada mede a importância deste saxofonista para a música brasileira. Em sua época a música brasileira conquistou o mundo. Certamente devo incluí-lo aqui como grande saxofonista da história.

Seu som aerado, preciso em suas frases, sua bossa nova com Jobim e Gilberto, jamais poderia esquecê-lo em meio a esta lista.

Stan Getz sempre foi um modelo como saxofonista pra mim, através dele aprendi a tocar nossa bossa com um toque jazzístico e a gostar de fazer isso.

Sua interpretação de Desafinado ao lado de João Gilberto é algo de especial em todos os sentidos.

6. Julian Cannonball Adderley (1928 – 1975)

Esse saxofonista pra mim não era um saxofonista, era um ilusionista.

O fraseado de Cannonball não era simplesmente genial, mas mágico. Quando ouvi pela primeira vez, com um CD emprestado de um colega, Cannonball tocar STARS FELL ON ALABAMA certamente encontrei um universo paralelo.

É impressionante o controle que este saxofonista possui de seu instrumento, e a capacidade de criar com simples frases, universos paralelos de sentimento e expressividade.

Uma universidade, é isso que cada interpretação e improviso de JULIAN CANNONBALL representa pra mim, ouvi-lo e absorver o que ele faz, naquilo que me é possível, é maravilhoso.

Aprendi a interpretar com este saxofonista, e isso considero uma honra.

7. Phil Woods (1931 – 2015)

Achar Philip Wells Woods foi como encontrar um diamante. Sua música é cortante, e seu virtuosismo ao improvisar é algo de inevitável de ser notado.

O trabalho que julgo ser o meu preferido de Woods é sem dúvida alguma PHIL WOODS/ I REMEMBER, composições próprias de Woods a respeito de suas grandes influências.

Quando comprei esse CD passei horas e mais horas meditando a respeito dessas músicas. Tudo soa perfeito ali, até mesmo as coisas que eu julgava incompreensíveis.

A capacidade de improvisar com duas ou três notas apenas, e várias repetições que se dão de maneira sinuosa nas suas composições realmente é algo de se admirar.

Phil Woods pra mim é um fenômeno à parte, uma daquelas coisas da história que nunca mais se repetirá.

8. David Sanborn (1945)

David Sanborn, confesso, foi uma espécie de divisor de águas na minha carreira enquanto músico, ao descobri-lo senti pela primeira vez uma vontade intrínseca de tocar sax alto. Sem dúvida um grande saxofonista da história do sax.

Considero que se alguém é responsável por hoje o sax alto ser meu principal instrumento esse alguém é David, seu som ácido e ao mesmo tempo delicado é enigmático.

Não o conheço e nem nunca o vi pessoalmente, mas é como se o conhecesse, sua música é algo de gritante, literalmente, algo que considero mais do que empolgante.

Um dos principais trabalhos que vejo de Sanborn em seu legado é o CD DAVID SANBORN PEARLS. Com sua mágica interpretação de Smoke Gets In Your Eyes.

Vale cada minuto ao lado do alto falante.

9. Michael Brecker (1949 -2007)

Este foi o primeiro saxofonista que escutei a fundo, escutei como deve ser escutado. Michael foi uma influência muito forte nos meus primórdios com o sax.

Lembro-me de quase ter ido às lágrimas quando o ouvi pela primeira vez. Confesso que na época, estava entrando no conservatório.

Eu nem sabia que improvisação era possível, até então tocava saxofone sem ouvir, ouvia quem estava ao meu redor.

Quando ouvi este saxofonista tocar, algo de diferente aconteceu. Eu me empolguei com Michael Brecker.

Sua obra prima, a meu ver, sem dúvida alguma é o CD RETURN OF THE BRECKER BROTHERS, no qual, com parceria com seu irmão trompetista, Randy Brecker, num Jazz Fusion, ele quebra tudo ao tenor.

Nunca um CD valeu tanto o investimento quanto aquele.

10. Eric Marienthal (1957)

O rei das notas agudas.

Seu principal CD a meu ver é WALK TALL: TRIBUTE TO CANNONBALL ADDERLEY.

Sua versão de Mercy, Mercy, Mercy deve, sem dúvida alguma ter feito Cannonball sorrir em alguma parte do universo.

A capacidade de se expressar no saxofone de maneira incisiva e expressiva de Marienthal é algo de quase insuportavelmente bom.

Seu sax alto também foi uma das maiores influências para que eu me transferisse do tenor para o sax alto. Certamente aprendi e aprendo muito com este grande saxofonista.

11. Nelson Rangell (1960)

A obra prima do CD DESTINY de Nelson Rangell pra mim, com sua inigualável interpretação de GRACE, mostra pra mim a quê este saxofonista veio ao mundo.

Saxofonista e flautista, Nelson é dotado de uma técnica sem precedentes no sax alto. É algo de cair o queixo vê-lo improvisar.

A facilidade com que cria frases extremamente melódicas e complexas ao mesmo tempo é perceptível até para o leigo que não gosta muito de música.

Seu timbre de sax Yamaha customizado é um universo de sensualidade de proporções inimagináveis.

O saxofone alto levado à sua última consequência, é o que vejo em Nelson. Um saxofonista sério, voltado para a expressão máxima do sentimento.

Nunca vi ninguém gritar no saxofone como Nelson grita, nunca vi ninguém correr no saxofone como Nelson corre.

Escute este músico trabalhar e entenderá o que aqui está dito.

12. Dave Koz (1963)

O timbre que Dave tira de seu 62 Yamaha Silver é uma coisa para se meditar.

A capacidade interpretativa deste saxofonista é tão grande que supera qualquer expectativa de músicas que porventura possam ser simples de ser tocadas.

Sua apogiatura, seu glissando, seus ornamentos são a minha influência interpretativa maior, dentro de todos os meus limites.

Gosto de ouvi-lo tocar músicas como SAXOPHONIC (COME ON UP), um ritmo pesado com uma guitarra incisiva, um jogo de vozes, um baixo avassalador, e um soprano falando a mensagem que queremos ouvir.

Dave possui uma das interpretações que mais respeito de Over The Rainbow, é lógico que não cabe a comparação, mas depois de Ben Webster, esta é a minha versão preferida.

Com Dave Koz, em termos de interpretação, sempre há algo a aprender.

13. Warren Hill (1966)

Sem dúvida um saxofonista que precisa ser estudado para a expressão do som pop, é Warren Hill.

Nunca vi ninguém trabalhar melhor a intensidade do som como este saxofonista. Sua dinâmica é perfeita, na dose certa.

Um repertório moderno e envolvente. A certeza de muita coisa para absorver em termos de interpretação e improvisação.

Seu agudo preciso e violento é algo a ser simulado, frases rápidas de extrema complexidade e significado.

Warren Hill é outro que vale um tempo ao lado de uma vitrola com um saxofone em mãos.

14. Candy Dulfer (1969)

Saxofonista de grandes nomes como o próprio Prince, Candy com sua sonoridade única no sax alto, e sua feminilidade à flor da pele, foi algo de inusitado.

Frases ferozes e precisas em um funk que respeito, sua contribuição para minha formação enquanto saxofonista é de se considerar.

Uma das interpretações de Candy que mais me impressionaram foi a de Wish You Were Here no CD CANDY DULFER – FOR THE LOVE OF YOU.

Ainda hoje aprendo com suas gravações, o nível de expressividade do saxofone de Candy é algo que deve ser percebido.

Candy é capaz de tornar uma simples pentatônica numa odisseia musical, tamanha a gama de recursos de expressividade que possui debaixo dos dedos.

Essa é uma arte que eu respeito.

Agora é com você, quais são os saxofonistas importantes pra você? Escreva nos comentários deste post, participe de nosso blog de forma ativa.

Para você que quer viver o sax de maneira intensa aconselho aulas com o professor, ou ainda o curso Viva o Sax Básico, que certamente é a melhor porta de entrada para o mundo do sax.

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