Acredita-se que o saxofone surgiu no dia 28 de junho de 1841, na cidade de Dinant, na Bélgica.
Diferentemente dos outros instrumentos que foram criados ao longo do tempo, o sax foi criado a partir de si mesmo, por um senhor chamado Adolphe Sax, que posteriormente deu seu nome ao instrumento.
Adolphe Sax, filho de Charles-Joseph Sax, outro construtor de instrumentos, e Marie-Joseph Masson, assumiu a profissão do pai, mas não se resumiu a isso, era também instrumentista de clarinete e flauta, vindo também a estudar no conservatório de Paris ainda aos 16 anos.
Antes do saxofone, ele já tinha criado o clarone, um instrumento da família dos clarinetes, e também o clarinete de vinte e quatro chaves. Depois de muitos percalços em sua vida, Adolphe Sax, decidiu que Paris seria um local melhor para seus intentos, e assim se mudou para a grande cidade luz.
O primeiro sax foi o sax barítono, que foi apresentado a Hector Berlioz, compositor erudito francês, misturando um pouco do timbre dos instrumentos de metal, palheta e arco, o ideal de Adolphe com este instrumento.
Depois de uma conturbada epopéia de disputas judiciais pela paternidade do saxofone, por conta do roubo de idéias por parte de alemães que alegavam serem eles os inventores do saxofone, Sax teve a patente desse instrumento aprovada em 1846.
Sax morreu em 4 de fevereiro de 1894, falido, por conta de gastos com advogados, e também na fabricação de seus instrumentos, embora vislumbrasse a presença do sax nas grandes orquestras eruditas, o máximo que conseguiu presenciar foi o ingresso do sax nas bandas militares.
Instrumento que mais se assemelha à voz humana, ninguém imaginava que o sax viria a atravessar o oceano, e que se transformaria então no ícone máximo do Jazz, através do sucesso de grandes instrumentistas como principalmente Coleman Hawkins, o primeiro grande saxofonista.
Cento e cinqüenta anos depois de sua invenção produzia-se por ano no mundo, mais de duzentos mil saxofones, por uma produção que mudou muito, e de fato, se modernizou de forma estrondosa.
Os saxofones mais utilizados são o sax soprano, alto, tenor e barítono, porém, a família dos saxofones ainda conta com o sopraníssimo, sopranino, baixo e contrabaixo, entre outras variações.
Inicialmente teve dificuldade de penetrar nos meios das grandes orquestras eruditas, talvez pelo preconceito de ser um instrumento de sopro mais fácil de se aprender, ou ainda, por ser mais barato à época, e também por ter sido utilizado nos concertos de promenade, popular entre as classes mais baixas.
Aos poucos, com o grande investimento bélico francês à época, o saxofone ingressou nas bandas militares, que tinham por finalidade, resgatar e louvar o ideal nacionalista do país, vindo a se encaixar perfeitamente neste gênero musical.
Há documentos que afirmam que o saxofone surgiu no Brasil por volta de 1853. Em 1886 já há menção de presença de naipe completo de saxofones, na banda dos bombeiros do Rio de Janeiro.
Embora haja muitas lacunas na história do saxofone, principalmente nos seus primórdios, sabemos que este instrumento surgiu e se disseminou pelo mundo de forma muito rápida, vindo a se encaixar perfeitamente na música popular e erudita de vários países.
Mais do que um instrumento o saxofone é um símbolo de glamour, de charme, e também de versatilidade, um instrumento sensacional que ganhou o amor da humanidade e que hoje conta com o fascínio, o respeito e a simpatia de todos.
Daniel Vissotto