Muito se tem falado ultimamente a respeito das tríades, principalmente depois do lançamento do meu e-book A Magia das Tríades – O segredo para soar dentro.
A Formação das Tríades
Para quem não sabe o que é uma tríade, é a sobreposição de duas terças, a saber, a primeira nota, a terça e a quinta nota da escala em questão, como por exemplo uma escala maior, ou ainda uma escala menor, ou seja, duas terças sobrepostas.
Por exemplo, a tríade inicial da escala de C maior é a tríade formada pelas notas 1, 3 e 5 da escala, a saber, C, E e G, que são a base do acorde de C maior.
Já na escala de D, as notas da tríade seriam D F# e A, porque estas são as notas 1, 3 e 5 da escala de D maior.
Dessa forma vamos produzindo tríades a partir das escalas, e uma mesma escala possui diversas tríades, dependendo de qual nota dessa escala tomamos como base para o acorde.
Mais uma vez exemplificando, quando tomamos como base da escala de C maior a nota D, ou seja, o segundo grau, temos a tríade de D menor, a saber, D, F e A. E assim por diante.
Quais Escalas Formam Tríades?
Sabendo a formação das tríades é importante também saber que muitas escalas podem dar ensejo a formação de tríades.
Por exemplo a escala maior que já citamos, mas também a escala menor, a escala de tons inteiros, a escala dom dim, a escala dim dom e assim por diante.
Quatro são as tríades que temos no sistema tonal, a saber, a tríade maior, a tríade menor, a tríade aumentada e a tríade diminuta.
A tríade maior é formada no campo harmônico maior pelo 1, 4 e 5 grau da escala maior, as tríades menores são formadas no campo harmônico maior pelo 2, 3 e 6 grau.
Já a tríade diminuta pode advir do sétimo grau da escala maior, ou ainda de uma escala dom dim, por exemplo, e também a tríade aumentada pode vir de uma escala de tons inteiros (que só possui tríades aumentadas).
Para quê Servem as Tríades?
As tríades são a base dos acordes, é nelas que sabemos se os acordes são maiores ou menores, se a quinta é justa, aumentada ou diminuta, e é a partir delas que formamos as tétrades.
Quem quer soar dentro tem de começar a entender a formação das tríades, e começar o seu improviso, ou frase, baseado nelas para poder entrar dentro da harmonia.
Não é possível improvisar de forma consciente se não sabemos o que são as tríades, as tríades são a base da formação de acordes.
Para improvisarmos, ou criar frases numa interpretação ou ainda executar a música baseado na harmonia, precisamos saber o que são tríades, como se forma e para que servem.
As notas de repouso certamente farão sentido com o acorde, e o acorde é baseado nas tríades, se soubermos as tríades, e conseguirmos combinar com elas nosso fraseado teremos meio caminho andado numa improvisação
Mas a aplicabilidade das tríades não é somente saber como são formadas, e onde estão na harmonia em geral, mas sim utilizá-las como efeitos de sonoridade sobre a música que nos propomos a estudar.
Aplicando Tríades no Fraseado do Saxofone
Aplicar tríades enquanto frases mesmo, desde as tríades da base do acorde, até as tríades sobrepostas, e ainda também as tríades da extensão do acorde.
Tudo é possível com as tríades, e por serem estruturas pequenas, de baixa amplitude temporal e número de notas, são muitíssimo fáceis de se encaixar em meio a uma música e sua harmonia.
Quanto maior a frase que nos propomos a encaixar numa harmonia, maior a dificuldade do trabalho que teremos ao fazê-lo.
Por isso, na maioria das vezes que me proponho a ensinar a improvisação, me proponho a começar por pequenas estruturas, pequenos padrões, pois são mais fáceis de se contextualizar e também de se encaixar com maestria.
Por exemplo, uma frase de três compassos, esbarrará em muitas notas, e também precisará de uma harmonia específica por três compassos, de forma que, a probabilidade de se conseguir o perfeito encaixe harmônico existe, mas é pequena.
Quando falamos de um pequeno motivo de poucas notas, menos do que um compasso, ele se encaixará em vários acordes, no mesmo compasso, e nos compassos seguintes ou seja, há muito mais aplicabilidade para ele.
Mais uma vez eu friso quanto maior a estrutura que desejamos aplicar em termos temporais e de quantidade de notas, mais difícil será sua aplicabilidade.
A Aplicabilidade das Tríades
De forma que as tríades são muito aplicáveis, pois são formadas de três notas. Sendo assim, são muitíssimo fáceis de ser aplicadas em qualquer momento, em qualquer acorde.
Ou seja, pelo simples fato de serem pequenas, e terem já em si uma estrutura harmônica interessante, são muito aplicáveis e fazem muito efeito.
Não à toa grandes músicos improvisadores dão tanto valor para as tríades. Pois são muito facilmente utilizadas em inúmeras situações.
Começando pela situação da tríade em questão, a tríade do próprio acorde que está soando, ou seja, se quisermos soar dentro, precisamos soar dentro dessa tríade, estas são as notas mais consonantes da escala.
Porém, não somente nessa situação, é possível aplicar as tríades em outras situações. Como por exemplo, utilizar uma tríade como extensão de um acorde, ou de uma tríade e até mesmo de uma tétrade.
Se há um exercício que me encanta é a aplicabilidade da sonoridade das tríades sobrepostas, que são tremendamente aplicáveis, e surtem um efeito deslumbrante em quem ouve.
Podemos tomar por base a tríade original do acorde, mais uma vez, ou simplesmente não fazer isso; por exemplo, a tríade de G e a tríade de Am soarão super bem em muitas situações no acorde de C mesmo.
E assim por diante, é possível encaixar tríades por toda a parte em todos os acordes. Costumo dizer que as tríades possuem uma sonoridade mágica, encantadora.
E quanto mais ousada a aplicabilidade das tríades, sendo que elas estejam bem aplicadas, mais encantadora e enfeitiçante é a sonoridade do que vem pela frente.
A Verticalização Tão Necessária
É importantíssimo verticalizar nosso fraseado, no sentido de expressar nele a harmonia vertical que acontece na música.
O saxofonista, por tocar um instrumento melódico, se prende muito à horizontalidade da música, é preciso partir para a verticalidade também, refletir no nosso improviso os acordes de maneira mais explícita.
De modo geral muitos saxofonistas sequer sabem que a harmonia existe, daí seus improvisos serem muito baseados em graus conjuntos, ou ainda na escala pentatônica.
É preciso enriquecer nosso fraseado de modo a refletir nele a harmonia em questão, e fazer isso por meio das tríades é um ótimo pontapé inicial, pois tudo se baseia nas tríades.
Se você tem uma boa consciência das tríades, você certamente está com uma boa consciência da base da harmonia e vai soar dentro.
Poderá ousar para tríades sobrepostas, poderá utilizar as tríades como extensão, poderá também sobrepôr tríades como extensão do acorde.
Porém, sempre estará dentro se souber o que são tríades, e refletir no seu fraseado essa possibilidade.
O Segredo para Soar Dentro
Tríades são o segredo para se soar dentro, e eu aconselho a todo instrumentista que queira soar dentro que pratique avidamente as tríades.
Foi pensando em todo esse assunto que lancei o meu terceiro e-book, A Magia das Tríades, que certamente já foi um sucesso de vendas, e continua sendo.
Esse e-book contém os principais exercícios aos quais devemos nos atentar para dominar todas as tríades no saxofone.
Sem dúvida nenhuma um trabalho enriquecedor que certamente levará o seu fraseado no saxofone e a sua consciência harmônica para outro nível.
Vale a pena conferir este e-book. O link para a página de informações está logo abaixo.
Daniel Vissotto