O primeiro passo para se descomplicar a leitura é sentir e reproduzir a pulsação da música em todos os seus detalhes. Depois disso encontrar e sentir nessa pulsação as divisões e as subdivisões do tempo.
A pulsação é a batida, é o fluxo temporal, é a cadência que faz com que sintamos o tempo das músicas, no metrônomo é medida em batidas por minuto (BPM).
Sinta a pulsação, reproduza a pulsação antes de mais nada, perceba o sentimento que ela te traz (a simples pulsação temporal já é responsável por um sentimento específico).
Uma vez sentida a pulsação o ideal é encontrarmos as divisões e as subdivisões do tempo. Primeiro dividir as semibreves, sentir como se dá a sucessão de semibreves. Depois mínimas, semínimas, colcheias e também semicolcheias.
Sentir por longo tempo onde estão e como seria reproduzida uma série infinita de notas nesse sentido, todas as diferentes figuras ritmicas musicais. Uma vez sentido isso, fica mais fácil de se compreender e dividir e também subdividir a leitura.
Faça esse exercício sempre, antes de ler, antes de tocar uma partitura, sinta em primeiro plano a pulsação, depois as divisões e as subdivisões nas diferentes figuras rítmicas. Só então passe a tocar a música.
A pulsação da música é tudo, é o que traz o sentimento. Michael Brecker tem uma frase que diz: é melhor a nota errada no tempo certo, do que a nota certa no tempo errado. E isso é fato, o tempo musical é mais importante do que a altura das notas, é necessário sentir e obedecer a pulsação.
Fazendo assim, grande parte dos problemas de leitura de muitos será resolvido.
Daniel Vissotto