Como Estudar Escalas no Saxofone

Escala é um termo que vem do grego, a saber, skala, seria aquilo que está organizado em uma sequência ordenada de valores.

Há a escala métrica que mede as distâncias espaciais pela unidade do metro, de forma que há também a escala musical que mede as alturas das notas musicais pela unidade do tom.

Poderia ser definida como uma sequência ordenada de valores de uma mesma qualidade, ou seja, falando em termos musicais valores que se referem à posição das notas em termos de frequência, ou seja, altura.

Para que servem as escalas

Quando você vai ler uma partitura, é preciso conhecer as escalas para poder tocar os acidentes da armadura de clave de maneira correta, aquele que não conhece escalas tem uma dificuldade muito grande de entender o que tem e não tem acidente no que está escrito.

Outra função muito importante das escalas é quando vamos tirar músicas de ouvido, saber em qual escala está baseada a música que estamos tirando restringirá drasticamente as possibilidades do que está sendo absorvido.

De forma que ao invés de estar diante de uma situação na qual tudo é possível, temos sete notas e sete acordes do campo harmônico à nossa disposição para podermos, por meio deles, encontrar o que está acontecendo.

Três oitavas do teclado de um piano.
As Doze notas Cromáticas em 3 Oitavas

É preciso conhecer escalas para poder interpretar também, pois toda interpretação baseia-se na questão da percepção e também na questão da execução das escalas, de forma que é preciso saber muito bem as escalas para saber como interpretar.

O mesmo ocorre na improvisação, ninguém consegue improvisar se não conhece as escalas, pois das escalas vêm os acordes, e dos acordes vêm as frases, e das frases vem o sentido daquilo que fazemos enquanto estamos improvisando.

As escalas nos ajudam também a desenvolver a percepção das notas, de forma que quem sabe cantar as escalas tem muita facilidade de encontrar os intervalos, e também toda sorte de expressão melódica de ouvido.

Quando conhecemos a função de cada nota da escala, a partir dos graus, temos facilidade para transposição também e compreensão do que está de fato acontecendo na música em termos de visão harmônica.

Conhecer a fundo os graus das escalas é o mesmo que transportar um mesmo raciocínio para todos os tons, o que facilitará sobremaneira ao músico conseguir tocar uma mesma frase, ou tema etc. em diversos tons diferentes sem dificuldades.

Por intervalos, a partir das escalas conhecemos também a afinação do instrumento, para que possamos encontrar as notas de maneira ordenada e entre si, afinadas, ou seja, consigamos afinar o sax consigo mesmo.

De sorte que, para compreender as melodias, para treinar ritmo, para conseguir técnica, para obter sonoridade, e também para compreender a visão harmônica do saxofone, entre outras funções, é preciso estudar escalas.

Quais são as Escalas?

Há milhares de possibilidades de diferentes escalas numa só oitava se formos permutar entre as notas e a quantidade de notas passíveis de serem utilizadas.

Porém, quando falamos de sistema tonal, em contraposição com o sistema modal e atonal, temos as principais escalas que são as escalas do tom. E são essas escalas a escala maior e as escalas menores.

O sistema tonal é responsável pela produção de mais ou menos 90% das músicas que conhecemos na música popular do ocidente. De forma que ele é predominante entre nós, ou seja, precisamos saber nos expressar em meio a ele para falar a linguagem da maioria.

Nele os sete modos da escala maior foram reduzidos para o modo jônico (maior) e o modo eólio (menor), de forma que assim encontramos o que chamamos de tonalidade, e em torno dessa tonalidade tudo acontecerá em meio às músicas.

De forma que todas as escalas, sejam elas diatônicas, pentatônicas, cromáticas, exóticas, ou o que for, estarão girando em torno do tom, e o tom pode ser maior ou menor, e a escala maior é a seguinte.

Escala maior para saxofone.
Escala Maior

Já a escala menor pode ser menor natural, harmônica e melódica, em termos de proximidade para com a escala maior, a menor melódica é a mais próxima, depois a harmônica, e por último a menor natural, por conta dos acidentes que possuem.

Escalas menores para saxofone.
Escalas Menores

É importante de se notar que, de nada adianta sabermos todas as escalas exóticas, todas as escalas pentatônicas, todas as escalas possíveis e imagináveis, se não temos a base bem construída nas escala maior e menores, pois é em torno delas que tudo gira.

De forma que é importante ter uma base bem fundamentada, saber tocar bem as escalas maiores em todos os doze tons, e o mesmo para a escala menor melódica, harmônica e natural, que são as escalas menores mais comuns.

Tendo esse embasamento, as coisas começam a caminhar de maneira mais fácil. Na verdade, as escalas maiores são o primeiro passo, e delas conseguimos discernir as menores, a partir disso surgem os modos, as pentatônicas, as escalas exóticas, as octatônicas e tudo o mais.

Como Estudar as Escalas?

Comece pela teoria das escalas maiores, procure saber quantos e quais são os acidentes de todos os doze tons, fortaleça-se nesse conhecimento a ponto de conseguir dar essa resposta sem dificuldades.

Após isso, a pergunta que se faz é: como conseguir obter todos os benefícios das escalas descritos acima, qual a melhor maneira de estudar as escalas para conseguir atingir esses objetivos tão benéficos para qualquer instrumentista?

Devemos começar, sem dúvida, o estudo das escalas pela escala maior. Fixar esse estudo de uma forma inequívoca, e a partir disso encarar as demais escalas, no nosso caso, as demais escalas menores.

Pensando nisso desenvolvi um e-book que visa ordenar esse estudo das escalas dessa maneira, ou seja, começando pela escala maior, depois a escala menor melódica, depois a menor harmônica, e por último a escala menor natural que é a mais acidentada.

Num primeiro plano vamos nos utilizar da ligadura direto e também, num segundo momento, da articulação em todas as notas da escalas, é preciso começar pelo mais simples, e o mais simples sempre é o homogêneo, ou seja, tudo ligado, e tudo articulado.

Começamos pela apresentação da escala maior e das três escalas menores que vamos estudar em primeiro plano, conforme o projeto traçado anteriormente ainda neste artigo, pois é preciso fundamentar a base para depois passar para o mais periférico.

Estudar as escalas a partir dos fundamentos.
O Fundamento

Estude Toda Extensão do Saxofone

Estudar as escalas maiores em toda a extensão do saxofone, é o primeiro passo. Tudo ligado, e tudo articulado, dominando todos os doze tons. Mas como fazer esse primeiro passo? Com três etapas.

A primeira etapa é a que chamo de reflexo do chaveamento, ou seja, por um curto período de tempo, tocar a escala pelo menos uma vez, bem lento, associando o nome da nota ao chaveamento que está sendo utilizado.

Isso nos vai dar capacidade de rapidez e reflexo para compreender tons enarmônicos, e também identificar os chaveamentos com facilidade quando lendo uma partitura. É importante ter essa consciência num primeiro plano.

Este estudo não precisa ser feito sempre, mas pelo menos no início do estudo de escalas é importante que consigamos associar a chave em questão ao nome da nota, para podermos assim não nos confundir.

A segunda etapa é associar o grau da escala ao chaveamento do saxofone. Isso nos trará uma capacidade de transportar tons e também nos dará a visão harmônica da escala, o que refletirá em saber exatamente qual a função de cada nota na harmonia vigente.

A terceira etapa é uma etapa intuitiva, conforme vamos dominando o chaveamento vamos fazendo a escala com cada vez maior agilidade, o que vai restringindo cada vez mais o pensamento, ao ponto de chegarmos a uma concepção intuitiva da escala.

Será como observar uma paisagem do alto de um precipício. Ou seja, não sabemos exatamente o que compõe a paisagem apesar de termos uma intuição perfeita do todo generalizado. Primeiro olhamos a escala em seus detalhes, depois olharemos a escala em sua generalidade.

Observar um penhasco como quem observa uma escala rápida.
Observando um Penhasco

Nem é preciso dizer que precisamos prezar sempre, no início para com a homogeneidade. E a homogeneidade se aplica à rítmica, à ligadura, à articulação, ao timbre, à intensidade, à acentuação e à afinação.

Primeiro o quadro em branco, depois a pintura propriamente dita, nunca podemos partir para uma pintura de alto nível se partimos de um quadro que já está pintado, é preciso homogeneizar as escalas em todos esses aspectos para depois se preocupar com as diferentes nuanças do som.

Estudando por Desenhos Melódicos

Estes exercícios surgem no sentido de embaralhar as notas de uma escala, e não tocá-la unicamente de maneira uniforme. Surgem no e-book oito desenhos melódicos para serem estudados.

Estes desenhos melódicos não são os únicos possíveis, porém, são sem dúvida alguma os mais utilizados, e conseguir vencê-los em todos os doze tons da escala maior (posteriormente das três escalas menores também), será um grandioso feito.

É preciso começar lento, visualizando graus, e à medida que formos dominando o padrão vamos aumentando a velocidade da escala com o metrônomo, a ponto de conseguir fazer em uma velocidade mais satisfatória.

Os oito desenhos melódicos expostos no e-book exigem grande dedicação, não é um estudo que se dá da noite para o dia, é preciso desenvolver devagar essa conquista, para que assim consigamos desenvolver técnica e visão harmônica.

Uma vez alcançados os oito padrões de desenhos melódicos inclusos no e-book precisamos incrementar nossos exercícios com novas articulações, o próprio e-book traz a possibilidade de oito padrões de articulação a serem utilizados, mas podem ser criados mais do que isso.

Outra possibilidade que não está no e-book mas que pode ser aplicada a ele, é a questão de padrões rítmicos misturados com padrões melódicos e de articulação para podermos assim aproximar uma escala ao máximo da execução de uma música.

Tudo isso é passível de ser utilizado neste e-book, é importantíssimo conseguirmos desenvolver essa técnica, e também essa visão harmônica por meio destes padrões de desenhos melódicos e também de articulação e de ritmo.

Misturando Tons e Escalas

Obtido o domínio dos padrões básicos das escalas, que podem ser estendidos para outros padrões que nós mesmos vamos criando com nossa experiência, é preciso misturar tudo isso de forma a adquirir o reflexo imediato da construção das escalas.

O ideal é começar misturando tons, e depois, em meio a eles, as escalas, produzindo ciclos cromáticos, de quartas e de quintas, com séries de escalas e tons predefinidos que vamos aprendendo a encadear uns nos outros.

É importante misturar os tons e as escalas.
Misturando Tudo

Isso também está proposto e escrito no e-book, todas as possibilidades. A música exige reflexo, não podemos parar para pensar numa música, se o fizermos a música seguirá adiante e nós ficaremos para trás.

A construção das escalas deve ser imediata, sem recurso a nenhum pensamento, o reflexo deve ser absoluto, e conseguimos isso partindo de exercícios que misturam sistematicamente os tons e as escalas de forma que possamos pensar cada vez mais rápido.

Começa-se bem lento, porém, cadenciado ritmicamente, e depois, aos poucos, vai aumentando a velocidade, e assim que dominada a velocidade vamos aumentando o grau de mistura incrementando com diferentes escalas, até o pleno domínio.

Podemos nos utilizar aqui também de desenhos melódicos, articulações e padrões rítmicos. Tudo vai do objetivo que se quer atingir.

Frases para Saxofone

Por último o e-book nos traz nove frases para saxofone, que podem ser aplicadas a todas as quatro escalas em questão em todos os doze tons, uma vez que obedeçamos os graus.

Este exercício será bem musical e poderá ser aplicado à cadência harmônica II V I, que é a cadência mais comum da música ocidental.

São frases desenhadas melodicamente que soam muito bem no saxofone, e que podem ser estudadas também, com diferentes articulações e padrões rítmicos. Tudo para aplicar o que estamos fazendo às músicas.

Estes exercícios nos obrigarão a construir diversos desenhos na nossa cabeça, que nos darão a compreensão da visão harmônica do saxofone, e nos facilitarão a aplicação da mesma nas músicas, em termos de leitura, ouvido, interpretação e improvisação.

Ter esse esqueleto debaixo dos dedos certamente nos trará muita facilidade e recursos para a execução musical.

Não é algo que possa ser estudado num dia, numa semana. Não é algo que possa ser finalizado, mas deve ser estudado para sempre no sax, de forma a alcançar o domínio e manter. Alcançar o domínio é coisa para muitos meses de estudo, manter e ampliar, para a vida toda.

O último estudo que poderíamos acrescentar é fazer todo esse estudo com playbacks específicos, porém, isso é um trabalho que virá mais adiante dentro em breve.

E-book II

Daniel Vissotto

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