Primeiro de tudo devemos saber que os exercícios para agilidade envolvem a memória muscular do saxofone, são exercícios que vão requerer a repetição.
Antes de mais nada, de nada vale repetirmos demais algo sem sabermos o que estamos fazendo, de forma que é importante ter a consciência clara da função daquilo que estamos fazendo e também de sua aplicação numa música propriamente dita, antes de partirmos para uma repetição cega pura e simplesmente.
Consistem em isolar dificuldades que sentimos no saxofone, principalmente relacionadas às passagens, às regiões, aos tons etc. que temos dificuldades, de forma que possamos, assim, treinar exatamente o que nos falta, ou ainda, pegar diretamente na ferida para podermos assim tornar fácil o que nos era difícil.
Cada qual que estuda o saxofone conhece suas dificuldades, onde está faltando o estudo, onde trava, qual o momento em que não tem fluência, e é justamente aí que se concentram os estudos de agilidade, de forma que eles não são estudos muito fáceis de se fazer, porém, certamente se obtém grandes resultados através deles.
Por meio de um metrônomo, é necessário começar lento, e ir aumentando a velocidade aos poucos, para poder assim desenvolver a agilidade nessas passagens, de forma a assim alcançar a fluência necessária para a execução musical em si mesma, o que nos proporciona não estar preso por embaraços.
Podemos ir aos poucos aumentando o grau de velocidade, também o grau de dificuldade dos desenhos, acrescentando aos poucos diferentes articulações e ainda padrões rítmicos. Começar do nível mais elementar de dificuldade para o mais sofisticado, por meio de repetições constantes, que vão acrescentando elementos.
O objetivo é conseguir fazer os exercícios até que eles apareçam embaixo de nossos dedos automaticamente, praticamente sem pensamento, devido às muitas repetições, e a memória muscular decorrente das mesmas, assim estaremos com várias trilhas abertas, por meio das quais conseguiremos caminhar com facilidade em meio à execução musical.
Lembre-se, todos exercícios que envolvem repetição devem ser tocados com o máximo de preocupação no sentido de estarmos em postura correta, relaxados e sem nenhuma espécie de tensão desnecessária no corpo, de forma que possamos assim, ter liberdade para tocar o saxofone apenas com o necessário, evitando assim muitos problemas de saúde, como tendinite, problemas de coluna etc.
Mas o que devemos estudar? Estudar todos os tipos de passagens necessárias para o seu desenvolvimento, como exercícios específicos de mecanismo (presentes em métodos de saxofone), também escalas, harpejos, tríades, tétrades, em diferentes combinações, misturando diferentes tons com diferentes ciclos, padrões, frases, e até mesmo músicas que exigem da habilidade musical como chorinhos etc.
Devemos focar naquilo que temos dificuldade, naquilo que não dominamos, pois só isso nos fará evoluir de fato, tocar o que já sabemos não nos acrescenta muito, devemos partir para regiões desconhecidas, passagens desconhecidas, músicas desconhecidas e tudo o mais, pois só assim conseguiremos a evolução na agilidade que tanto necessitamos.
Daniel Vissotto