18 Vícios que Devemos Evitar no Sax

Um vício é um hábito, algo que foi desenvolvido com o tempo, e que vem por força do hábito em determinadas situações de nossa vida.

É como uma trilha que foi feita várias e várias vezes, definindo assim um caminho quase que inevitável pelo qual passamos mesmo que não desejemos nele estar, afinal de contas fazer o que sempre fizemos é mais fácil do que inovar.

A inovação requer o desenvolvimento de outra trilha, o desbravar de outro caminho, o errar, o acertar, o cair, o levantar, e depois de muito esforço, conseguir assim realizar a abertura de um novo caminho, quem sabe uma virtude, esta que também é feita pelo hábito.

Para vencer um hábito ruim, somente por meio de um outro hábito bom, para vencer o vício devemos instigar em nossa vida, quase que enxertar, o hábito de uma virtude. E isso se dá no decorrer do tempo, com esforço, frustração e vitória.

Vícios são atitudes repetidas que se dão ao longo do tempo, algo que acostumamos a fazer de uma forma tal, algo que incorporamos de tal maneira que nem sequer pensamos para realizá-los, simplesmente fazemos.

Vícios possuem gatilhos, às vezes uma situação qualquer chama um vício, o vício sempre é uma reação a um gatilho de nosso viver. Para identificar qual é a saída para não mais praticarmos os vícios, devemos identificar esse gatilho, pois sem o gatilho, não há o vício.

Aqui vamos falar sobre vícios, de maneira geral, dos músicos saxofonistas, porém, estes fatores apresentados podem ser aplicados a qualquer músico de maneira geral, pois diz respeito ao universo musical em sim mesmo, em seus vícios.

Eles podem ser vícios de execução, ligados à maneira como executamos nossa música no instrumento, podem ser também comportamentais, no sentido de nossas atitudes tomadas em meio ao nosso relacionamento com outros músicos e tudo o mais, e também podem ser vícios que prejudicam a saúde do músico como um todo e que certamente o atrapalharão na hora de tocar.

Vamos a uma lista deles, a verdade é que todos nós temos vícios, eu não sou uma exceção, todos nós estamos sujeitos a um vício qualquer ou mais, de forma que este texto serve para todos, este texto vem como um alerta para todos nós.

  • Erguer demais os dedos ao tocar. O saxofone preza pelo princípio da economia, de forma que quanto menos movimentos fizermos para tocar, mais ágil e rápido seremos para executar aquilo que as músicas exigirem de nós. Quem se movimenta demais para tocar, quem ergue muito os dedos, certamente terá sua agilidade comprometida.
  • Respirar pelo nariz. É impressionante de se notar que há muitos iniciantes que respiram pelo nariz ao tocar. No saxofone temos de ter uma capacidade de trazer o ar para dentro do pulmão muito grande, e muito rápida. Se acostumarmos a respirar pelo nariz o que ocorrerá é que teremos de respirar a todo momento, pois o nariz não possui essa habilidade, é preciso respirar sempre pela boca, salvo no caso raro de uma respiração circular ou contínua.
  • Tensão excessiva ao tocar. O saxofone é um instrumento muito sensível, tudo o que você coloca nele transparece no seu som, de forma que, se tocarmos muito tensos o som que produziremos será tenso. O saxofone é um instrumento para se tocar relaxado, quanto mais tranquilo e relaxado é o som do sax, mais belo e envolvente ele será.
  • Má postura ao tocar. Tanto pelo princípio da estética, pois é muito mais agradável para quem ouve ver um músico ereto e satisfeito produzindo a sua música, quanto pelo princípio prático, no sentido da produção sonora mesmo, pois a falta de postura provoca a dificuldade de processar o ar dentro do organismo, chegando também à questão da saúde, de forma que devemos nos conscientizar de que tocar sem postura nos prejudica e muito a coluna. É importantíssimo ter uma postura correta e ereta ao tocar.
  • O exagero em todas as suas manifestações. Toda execução musical que se preze preserva o princípio do bom gosto. E o bom gosto está muitíssimo relacionado à questão da moderação e da temperança ao tocar. Quando você exagera demais em algum fator musical, o que ocorre é que isso acaba sendo notado por seu ouvinte, o exagero, em todas as suas manifestações não é algo bom.
  • O desrespeito à melodia durante a interpretação. Quando interpretamos devemos ter consciência de que o que está conectando nossa audiência conosco não são os efeitos, os ornamentos, os enfeites, as variações etc. Mas sim a própria melodia. A melodia é o que provoca a identificação e a conexão, interpretar sem respeitar a melodia, transformando esta num grande enfeite, é um ato de péssimo gosto, chega a ser algo que pode até mesmo irritar quem ouve, pois estará desejoso de ouvir a melodia que conhece, e a terá abortada e adulterada diante de si em meio a uma exibição sem sentido.
  • Repetições demasiadas de formas musicais. Repetir sempre o mesmo efeito, o mesmo bend, o mesmo vibrato, o mesmo fall off, a mesma frase, a mesma conclusão de frase, ou seja lá o que for que você esteja repetindo é algo de extrema negatividade. Denota uma falta muito grande de vocabulário, compara-se àquele discurso onde o falante repete sempre a mesma palavra por caguete de nervosismo, por falta de uma palavra melhor. É algo que irrita o ouvinte e torna desinteressante sua execução. As formas musicais, sejam de que natureza forem têm de variar, a riqueza musical é algo a se desejar numa execução, denota capacidade, gera curiosidade (o que virá depois disso?), desperta a atenção e agrada a quem ouve.
  • Usar todas as armas logo de cara. Seja num solo, numa interpretação ou numa improvisação, usar todas as armas de cara, e não deixar nada pra o final é algo de muito prejudicial para quem toca. É preciso economizar armas, a música é a arte de se conter, de soltar aos poucos os nossos recursos musicais, e assim despertar a libido de quem ouve para que queira ouvir mais e mais, até um clímax, e posterior relaxamento.
  • Fixar-se numa só referência musical. Há músicos que se fixam numa referência musical qualquer, não ouvem mais nada e nem ninguém, de forma que acabam com o tempo adquirindo todos os trejeitos dessa referência, se tornando em pouco tempo uma mera cópia, seja bem feita ou mal feita, dela. Isso é extremamente negativo para quem quer aprender a tocar música, pois a personalidade de um músico é o bem mais importante que ele deve preservar, é ela que faz do músico algo de novo e diferente dos demais, é somente ela que pode fazer com que o músico seja de fato alguém na música.
  • Criticar aos demais. Há músicos que criticam a tudo e a todos ao seu redor, ao conversar com os mesmos parece que estamos falando com o único que tem capacidade de produzir algo de valor, este tipo de músico que critica a todos diante de nós, estará amanhã ou depois criticando a nós diante de todos. O vício de criticar aos demais em termos musicais é algo de terrível para o músico, além de ser algo de extremo mau gosto é também uma coisa que destrói a reputação do músico em questão.
  • Criticar a si mesmo. O músico que não consegue valorizar suas conquistas é um músico que fatalmente irá se desanimar e desistir. É preciso saber dar valor para o que se conquista na música, afinal de contas não é só o som dos demais que é belo, devemos encontrar a beleza em nosso próprio som, pois sem isso não haverá desenvolvimento musical e nem incentivo para o aprendizado.
  • Não ser verdadeiro a respeito de si mesmo. Neste ponto há dois extremos, os que querem fazer uma propaganda para mais de si mesmos diante dos demais, e os que fazem propagando para menos. Ambos estão no fundo no fundo procurando elogios e reconhecimento. Quando alguém fala que toca muito mais do que toca, o que ocorre é que certamente nos decepcionaremos diante do que vamos ver de fato quando ele for tocar. Quando alguém fala que toca menos do que toca, percebemos claramente a necessidade de autoafirmação da pessoa em questão. O ideal é que não busquemos falar de si mesmos, porém, se tivermos de falar, que falemos a verdade, falemos o que realmente é.
  • Tocar somente para si mesmo. Tocar somente para si mesmo pode ser comparado a um aborto musical, a criança nem nasceu e já foi interrompida. O fato é que música é comunicação, e toda comunicação se dá com o que fala, e o que ouve; música, acima de uma comunicação unilateral, é uma troca, o músico recebe da platéia algo real, não apenas transmite, e se não temos essa troca, o que ocorre é que o músico vai se desanimando até o ponto em que desistirá de tocar.
  • Tique nervoso de palco. Há sim uma coisa teatral na apresentação no palco. O músico deve presar por algo relacionado a uma performance. Porém, isso não significa que tenha de rolar no chão, quebrar o instrumento diante de todos, e sair por aí pulando como um canguru. Essa coisa performática do palco tem limites, o público certamente irá se cansar caso haja exageros nesse sentido, a presença de palco passa também pelo comedimento.
  • Falta de foco no aprendizado. No universo de um bombardeio de informação no qual estamos inseridos este vício é muito comum. O músico passa de uma informação para outra com a rapidez de quem faz tudo ao mesmo tempo. Na verdade, quanto mais informação absorve, menos acaba por aprender e usar, de forma que a falta de foco é a grande responsável pelos resultados pífios da maioria dos músicos em geral. É preciso dedicar-se às coisas, aproveitar uma coisa de cada vez, e ter um método de aprendizado, sem isso estaremos pulando de galho em galho até que cairemos no chão.
  • Falta de equilíbrio nos estudos. Música é estudar e aplicar, quem estuda demais e não aplica nada, de fato não está tocando nada. Quem só aplica e não estuda nada, está na verdade se mantendo sempre no mesmo nível, sem nenhuma espécie de progresso. É preciso estudar e aplicar, de forma que possamos sempre estar evoluindo, o músico estagnado é um músico que está prestes a desistir.
  • Permanecer na zona de conforto. Toda conquista humana que foi alcançada veio porque alguém decidiu abandonar a zona de conforto, começar a fazer alguma coisa incômoda que não dominava, uma coisa nova que o assustou, e por meio dessa coragem alcançou algo mais, um progresso verdadeiro. Há músicos que querem apenas encontrar a confirmação de que são os melhores músicos do universo, não possuem a humildade de perceber que têm algo a aprender, que têm de abandonar a zona de conforto, é necessário sair da zona de conforto para pode de fato evoluir na música.
  • Todo vício relacionado à questão salutar. De fato, todo vício humano que prejudica sua saúde, coisas tais como fumo, bebida em excesso, drogas etc. certamente irá prejudicar o desenvolvimento pessoal do músico na vida e na música. É preciso ter hábitos saudáveis de vida, é preciso se desenvolver nesse sentido, e buscar ajuda de profissionais especializados para poder se libertar de tais vícios nunca é demais.

De fato, a música exige muito do músico, porém, é uma exigência positiva e saudável, que certamente contribuirá em muito para que o músico tenha uma vida rica e construtiva. Precisamos nos libertar dos vícios, precisamos adquirir virtudes na música e na vida.

Daniel Vissotto

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